PMs que mataram jovem confundida com assaltantes de banco são condenados a 14 anos de prisão no MA
15/08/2025
(Foto: Reprodução) Policiais militares são condenados a 14 anos de prisão em Balsas
O Tribunal do Júri condenou, nesta sexta-feira (15), os policiais militares Bruno Rafael Moraes e Raifran de Sousa Almeida a 14 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de Karina Brito Ferreira e tentativa de homicídio da irmã, Kamila Brito.
O crime aconteceu em Balsas, na Região Sul do Maranhão, e a decisão saiu por volta das 2h, durante intenso debate. Ainda é passível de recurso, mas os réus deverão começar a cumprir a pena.
📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp
O caso aconteceu em dezembro de 2016, quando Karina foi confundida com assaltantes de banco, perseguida no trânsito, e morta com vários tiros. A irmã de Karina, Kamila Brito, também foi atingida, mas sobreviveu.
Policiais Bruno Rafael e Raifran de Sousa foram condenados por matar a jovem Karina Brito, em Balsas
Reprodução/TV Mirante
Os PMS envolvidos no caso, Bruno e Raifran alegaram a negativa de autoria, mas o júri entendeu que os policiais assumiram o risco de matar as jovens e ambos foram sentenciados por homicídio doloso - quando há intenção de matar.
Na época, os policiais integravam o COSAR (Comando de Operações de Sobrevivência em Área Rural) e participavam de uma operação conjunta para prender criminosos que tentaram assaltar a agência do Banco do Brasil em Fortaleza dos Nogueiras, horas antes. Segundo a denúncia do Ministério Público, durante a ação, os militares confundiram o carro onde estavam Karina e Kamila Brito com o veículo de integrantes da quadrilha.
Policiais acusados de matar estudante durante operação em Balsas são julgados
Elas retornavam de um velório quando passaram a ser perseguidas por mais de dois quilômetros, por um veículo da polícia que estava descaracterizado. O automóvel das irmãs recebeu 17 disparos. Karina, que estava no banco do passageiro, morreu na hora. Kamila, que dirigia o veículo, foi atingida no braço.
Durante as investigações, Kamila relatou que a viatura utilizada pelos policiais era descaracterizada e que tentou fugir porque temia se tratar de um assalto. No julgamento, realizado nesta quinta-feira (14), ela confirmou a versão e reforçou que não houve qualquer reação por parte delas durante a perseguição.
Karina Ferreira Brito e Kamila Ferreira Brito foram atingidas por policiais após terem furado uma barreira da Polícia Militar
Reprodução/TV Mirante
O Ministério Público alegou que a ação dos policiais foi desproporcional e sem justificativa diante da ausência de ameaça, com embasamento de documentos do inquérito policial, laudo de necrópsia, exame de corpo de delito, imagens fotográficas, depoimento da sobrevivente e no interrogatório dos réus.
Nos debates, a acusação também apresentou laudos periciais que comprovaram de quais armas partiram os disparos fatais. Antes do início da sessão, familiares e amigos das vítimas realizaram uma manifestação em frente ao Fórum de Balsas, pedindo justiça.